terça-feira, 1 de junho de 2010

Ninguém Me Verá Chorar



Este livro chegou-me como que ouvindo a um chamado desta alma que precisava acalmar tantas emoções... Confidenciei que queria ler algo que me fizesse chorar, que me emocionasse ao ponto de aliviar este excesso de emoções que me extrapolava o ser... uma amiga muito querida disse que sabia exatamente do que eu precisava e me trouxe no dia seguinte este livro, com o título um tanto irônico, neste momento, ri ao invés de chorar.
O livro fala de um trágico romance que se inicia num hospício entre um fotógrafo de loucos e uma louca. Esta louca provoca e desperta o fotógrafo de seu estado letárgico, desencantado com sua vida, com os outros e com o mundo.
A louca ao ser fotografada, solta a seguinte pergunta: "O que faz alguém se tornar fotógrafos de loucos?"
Não quero fazer aqui um resumo do livro, pois ele é do tipo imprevisível e é isso que o torna mais interessente ainda, por isso, quero apenas transcrever algumas passagens que se destacaram durante a minha leitura e quem sabe com as de quem buscar lê-lo.
"Se o tivessem amado, saberia que nunca acontece por acaso, ser amado por uma mulher"
"Delirium tremens de um bêbado antes de amaldiçoar a vida pela última vez"
"Uma figura desliza pelas ruas, nos bancos e nas lojas com os movimentos de alguém que não se encaixa completamente na engrenagem da cidade"
"Ela o olha nos olhos, sua vontade é maior que seu medo, sempre será"
"Eu, em pleno exercício da minha razão, suporto grandes coisas e não me falta o grande domínio que devo ter, dada minha situação difícil e a minha maneira exagerada de sentir e ser"
"A guerra nunca termina: o estado de sítio da realidade é eterno"
"Deixem-na aí, deixem-na desatar os últimos fios da tarde e viver sem consequência ao vento; deêm-lhe tempo para guardar seu nome, espaço para tentar respirar de novo"
Espero que tenham a oportunidade de ler este livro, que é da Cristina Rivera Garza, mexicana, nascida em 1964, pesquisadora da história de seu país, acaba inspirando-se com os diversos fatos e casos que se depera durante suas pesquisas. Assim surgi uma escritora ficcional de "mão cheia".

2 comentários:

  1. Ai Apoena, já estou até com vontade de ler... gostei desta transcrição:"Deixem-na aí, deixem-na desatar os últimos fios da tarde e viver sem consequência ao vento; deêm-lhe tempo para guardar seu nome, espaço para tentar respirar de novo" Já peguei pra mim tá!!!!!!!!

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  2. Que bom que você gostou!
    Espero que tenha logo a oportunidade de lê-lo.

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